Como usar
o dinheiro? Há várias formas de se pensar sobre isso. Uma das coisas que mais
afetam o casamento são os problemas financeiros.
Numa
sociedade que incentiva as compras a prazo e as contas especiais, o difícil é
não gastar tudo o que se ganha. Os constantes apelos das propagandas nos fazem
consumir cada vez mais. Precisamos saber o que realmente é necessário. Podemos
desfrutar de um bom nível socioeconômico, sem prejudicar as coisas mais
importantes como a alegria, a honestidade e a paz de espírito.
1.
Princípios Básicos
Embora as
situações nas famílias variem, para todos os casos, existem alguns princípios que podem ser aplicados. Eles podem
ser encontrados na Bíblia e servem para nos guiar na vida material:
a) Tudo
o que temos pertence a Deus. “Do Senhor é a terra e tudo o que nela
existe, o mundo e os que nele vivem” (Salmo 24:1). Se tudo pertence a Deus,
então aquilo que está em minha posse também é dEle e me foi confiado para que
eu possa usufruir e cuidar disso.
b) É
Deus quem nos capacita para ganharmos dinheiro. “Lembrem-se do
Senhor, o seu Deus, pois é ele que lhes dá a capacidade de produzir riqueza”
(Deuteronômio 8:18).
c) Muitas
coisas têm mais valor do que o dinheiro. “A boa reputação vale mais
que grandes riquezas; desfrutar de boa estima vale mais que prata e ouro”
(Provérbios 22:1).
d) A cobiça, a insatisfação e
a preocupação com as coisas materiais trazem infelicidade. “Não
cobiçarás a casa do teu próximo… nem coisa alguma que lhe pertença” (Êxodo
20:17). Isso não significa que os bens em si sejam indesejáveis, mas a vontade
desmedida de possuí-los inverte os valores da pessoa.
e) Devemos
utilizar ao máximo nossas capacidades em trabalho sério e honesto. “As mãos
preguiçosas empobrecem o homem, porém as mãos diligentes lhe trazem riqueza”
(Provérbios 10:4).
f) É
preciso saber viver com o que se ganha. “Não devam nada a ninguém” (Romanos
13:7-8). Isso implica em não gastar mais do que podemos pagar. Devemos cuidar
para não assumirmos compromissos financeiros que ultrapassem as nossas
condições financeiras.
g) O
orçamento familiar precisa de um plano. Para que a família tenha o
suficiente para si e para repartir com os necessitados, é preciso que se tenha
um planejamento. “Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se
assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para
completá-la?” (Lucas 14:28).
2.
Como fazer um orçamento familiar
Em muitas
famílias, não existe uma noção adequada dos gastos ou da renda.
Uma
família que se preocupa com o gerenciamento apropriado dos seus recursos deve
fazer seu próprio orçamento. O orçamento familiar não é nenhuma varinha mágica,
mas faz milagre: contribui para que a família alcance seus objetivos mais
rapidamente. E uma vez que o orçamento está feito, deve-se ter disciplina para
não sair dos seus limites.
a) Avalie
a renda da família. Para sabermos quanto podemos gastar, precisamos saber,
primeiro, quanto temos à disposição. Quanto é a renda da família? Se estamos
gastando quase tudo o que ganhamos, não podemos pensar em assumir novas
prestações. Lembre-se que você não pode contar com toda a sua receita, mas só
com o rendimento líquido, o dinheiro disponível na mão.
b) Determine
as despesas fixas mensais. Normalmente, quando o salário nos chega às mãos,
já sofreu abatimento de imposto de renda e serviços sociais. Agora
precisamos fazer uma lista de todas as despesas, separando as que têm que ser
pagas todos os meses como contas de água, luz, telefone, aluguel ou prestação
da casa própria, mensalidade escolar, etc. Também devem estar incluídas
despesas como alimentos e transporte.
Outra
lista deve ser feita, e nela estarão as despesas com dentista, médico,
medicamentos, despesas extras com o carro (imposto, seguro), roupas, material
escolar, etc.
Esse
total deverá ser calculado para um semestre ou um ano e dividido por seis ou
por doze, para sabermos que essa quantia deverá ser reservada todos os meses
para termos com o que pagar as contas à medida que elas forem surgindo. No caso
de uma grande diferença entre o que se ganha e as despesas, a solução é
analisar as despesas e avaliar duas possibilidades: 1) que itens deverão ser
eliminados ou diminuídos; 2) a possibilidade de aumentar a renda familiar.
c) Fixe
os gastos em termos de porcentagem. Se estabelecemos os nossos gastos em
porcentagem, fica mais fácil vivermos com o que temos. Por exemplo,
se verificarmos que as despesas com a casa – aluguel ou prestação, água, luz,
telefone, gás, condomínio, etc. – equivalem a 40% da nossa renda, somente disporemos
de 60% para todas as outras despesas. Peritos em finanças domésticas
definem limites percentuais para cada gasto, e dizem que a família que
ultrapassar esses limites estará arriscando se envolver em dívidas que
dificilmente poderá saldar.
d) Conheça
os conceitos financeiros básicos. Procure saber tudo o que puder sobre
seguros, créditos (financiamentos), juros, depreciação, como comprar uma casa,
como comprar um carro, etc.
e) Não
confunda necessidade com desejo. Muitas vezes, os nossos desejos vão além
dos nossos rendimentos. Procure resistir a vontade de comprar coisas
desnecessárias. Faça, para si mesmo, as perguntas: neste gasto, eu preciso ou
apenas desejo? Eu tenho dinheiro suficiente para pagar o que estou comprando?
Quanto isso me custa, cada vez que uso? Quais as vantagens e desvantagens
de eu efetuar tal gasto? Isso vale realmente a importância que estou pagando?
Não estou pagando por aparências, das quais realmente não preciso?
f) Faça
do orçamento um assunto de família. Para fazer o orçamento funcionar, todos
os membros da família devem cooperar. Se houver crise, é importante que todos
na família saibam exatamente o que está acontecendo. Esta é uma boa maneira de
ensinar os filhos que eles nem sempre podem ter o que desejam.
Mais detalhes lei o livro Administração Eficaz da escritora ELLEN. G. WHITE
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